Dedico este livro à mim, à minha família (aqueles que me criaram, investiram tempo, sentimento e dinheiro, meus pais. E, às minhas irmãs, que me ajudaram à ser filha dessas duas complexidades de seres humanos ...) e àqueles que com sua expertise, experiência profissional e em especial, humana, me ajudaram a ser uma versão menos caótica de mim mesma.
Então, para finazilar minha dedicatória, quero agradecer (com cada átomo, batida de coração e tudo que me constitui; mente, alma e espírito, correntes neuronais elétricas, pulsação; ...) à minha santa trindade, Sandra (psicanalita, que no nosso trabalho me ajudou indescritivelemente a me tornar um "eu" mais íntegro e inteiro. Agradeço a sua maiêutica por trazer a tona questões essênciais ao meu crescimento não só como indivíduo, porém principalmente, fortalecimento da minha estrutura emocional. Agradeço à minha psiquiatra, Ana Beatriz, que não só acertou na medicação, como de alguma forma, me ajudou a me integrar, a juntar os pedacinhos. E, por último, a pessoa mais importante te toda essa virada mutacional, meu amor, meu companheiro, Thiago, como posso te agradecer à tudo que você sempre fez e faz com tanto amor e sabedoria. À você minha eterna gratidão, meu coração enfim, bate feliz e em harmonia. À você e à todas essas pessoas citadas, minha eterna e mas profunda gratidão! Sem vocês, eu não poderia ser mais "eu"! Muito obrigada!
Prólogo
E, dá início, enfim, à uma série de formulações não só acadêmicas, visto que temos que seguir e respeitar ás regras da ABNT, como também psico afetivas baseadas nas minhas experênciais existênciais em um primeiro momento, longo complexo, dorido, bélico emocionalmente, mas também muito poético e sensível. Enfim, começou minha trajetória literária!
Primeiro capítulo
Tudo começou no nono dia do oitavavo mês de mil novecentos e setenta e nove. Início de uma nova década, assim cheguei ao mundo, na virada da década de setenta para década de oitenta. E, quase tudo tem sido assim, uma virada, desde então ... Para falar de mim, falarei primeiro dos meus percurssores. Meu pai, vou chama-lo de Sistema Operacional ou apenas Operations*(Nota de rodapé (La Femme Nikita). E, minha mãe, Melinda May, ou apenas May* (S.H.I.E.L.D.). Vou me identificar como Persérfone *deusa das sombras ou do inconsciente. Não sou filha única, então, apresento minhas duas irmãs, doutora cirurgiã plástica, esposa e mãe, Atena, minha irmã um ano mais velha. E, Diana, minha mulher maravilha, irmã mais nova, juíza, esposa e mãe. Meus sobrinhos virão em livros que estão por vir ...
Voltando no tempo, o quê consigo lembrar, o quê minha memória me permite recordar são fragmentos da minha infância.Lembro de querer brincar com Atena e minha tia,Joana, que têm idades próximas,não querendo brincar comigo, me convidaram para viajar para a lua e me colocaram dentro do armário. Várias recordações semelhantes me remetem à exclusão e bullying, na épooca este termo e conceito não tinha nome e nem existia. Enfim, quando estava na escola, lembro de ser muito difícil distinguir alguns números dos outros , assim como algumas letras. Eu ficava enfurecida. Logo, me encaminharam para psicoterapia. Fiz psicoterapia humanista com alguns profissionais até meus vinte e nove anos. Fiquei períodos sem terapia, mas logo via a necessidade de voltar. Em 2009, minha vida ia mudar de uma forma radical. Porém, voltemos aos meus cinco ou seis anos, para poder fazer sentido a pessoa que venho me tornando. Aos cinco ou seis anos de idade, acho, conforme aprendia a ler, fui percebendo uma dificuldade muito grande de enxergar contudo, como uma criança expressa frustração? Uma menina de cinco ou seis anos não tem maturidade, nem habilidade intelectual para relatar à professora que esava com dificuldade de ler. Segundo minha mãe contou ao psicólogo especializado em Distúrbio de Déficit de Atenção vinte anos depois; "Perséfone colocou a sala abaixo enfurecida". Longo tempo se passou para detectarem que eu tinha hipermetropia e astigmatismo. Na verdade, se tivessem detectado antes, eu não teria perdido em torno de 15% da visão, ou algo em torno de 15%, não recordo o que a oftamologista falou décadas depois deste episódio! Me recordo anos mais tarde com dez ou onze anos, nas férias de fim de ano, as férias duravam quase três meses, acho.
Elas começavam em Dezembro e acabavam no final Fevereiro. Lembro que nas férias, pássavamos em Recife. Eu e minhas irmãs subíamos na goiabeira da minha avó paterna, e lá comíamos as goiabas docinhas. Anos depois, já ao treze anos, lembro que me apaixonei pela primeira vez por um paulista, Fábio, da mesma idade que eu. Ele era doce, carinhoso e gentil. Lembro do meu primeiro beijo, foi com esse paulista. Eu senti algo que só iria descobrir sete anos depois.
Aos quatorze anos conheci meu primeiro amor, Haniel. Ele era lindo, tão lindo, mais que o próprio Eros. Davi de Michelnagelo teria inveja de seu corpo escultural. Haniel era a personificação do amor e da beleza, assim como o arcanjo, ele era amável, ele era vigoroso, viril, romântico, gentil, muito paciente, bastante inteligente e deveras culto. Nos víamos todos os dias, Quando fizemos dois meses de namoro ele mandou um buquê de rosas vermelhas para minh casa. Quando as rosas chegaram, eu estava ao telefone com ele. No buquê tinha um cartão e nele estava escrito que seu coração batia mais forte que todos os corações juntos em dia de Fla Flu. Era o meu sonho ganhar u buquê de rosas vermelhas e Haniel sabia, porque eu falara para ele. Foi até então, a coisa mais romântica que já haviam feito por mim. Quando fiquei em recuperação em Matemática , eu fiquei dias sem poder vê-lo, foi bem sofrido esse tempo distante dele. Mas, quando nos reencontramos foi explosivo. Nosso amor era ardente, e apaixonado. Mas, eu era muito jovem, carente e impulsiva. Infelizmente, fiquei uma semana sem vê-lo. Foi então, que aos prantos estava ao telefone com Haniel, comentei que minhas irmãs estavam indo para a festa junina do clube e, ele amoroso me pediu que eu fosse à festa. Me conveceu à ir. Chegando no clube, um menino muito gato me perguntou o que faltava para me beijar e eu respondi que nada. Surpreso com a resposta e intrigado, me pergutnou se era um "fora". Disse que se fosse um "fora" eu já teria ido embora. Então, pegou na minha mão e fomos andando até a quadra de vôlei e sentamos num banco. O céu estava tão estrelado e a lua tão cheia. O mais irônico foi que conversamos sobre nossos amores. Ele me falou sobre a ex noiva que não queria fazer amor antes de casar. E, eu, virgem, só pude fazer uma analogia com namorar alguém que não queria me beijar antes de casar. Eu falei da saudade que estava de Haniel. Quanta insensatez foi ter beijado alguém que não era meu amado Haniel. Por que tamanha impulsividade insensata? Fui descobrir muitos anos depois, aos vinte e nove anos que eu tinha Transtorno de Personalidade Borderline, o quê me fazia extremamente impulsiva, insensata, imatura e carente de atenção. Voltando ao momento funesto, Quando voltei para casa, chorei horrores. Mal dormi. Quando acordei, estava devastada. Me perguntava como pude ser tão fraca e insensata. Finalmente chegou o dia que pude ver Haniel. Apesar de não ter ido muito mal na recuperação e assim, ter que repetir o quinto ano que na época chamava-se segundo grau. Hoje equivaleria ao terceiro ano do ensino médio, se não me engano. Enfim, nosso encontro foi esfuzinate, arrebatador e apaixonado como sempre fora. Porém, quando nos falávamos ao telefone, todas as vezes em que desligávamos, eu falava bem rápido "eu te trai, te amo, beijos, Tchau!" Os dias se passavam e o remorso, a culpa, o lamento e o arrependimento me dilaceravam. Até que um dia fatídico, Haniel me perguntou se quando desligávamos eu falava que o traira. E, eu falei que sim. Ele ficou atordoado. Muito magoado, terminou comigo, com toda razão.
Uma semana se passou, ele me ligou, entretanto, eu já estava namorando, qualquer coisa para estancar a dor. Haniel queria voltar, não obstante, eu senti que não o merecia, logo não voltei a namora-lo. Terminei o namorico e sozinha fiquei.Um ano se passou e no show do The Wallers, ex banda de Bob Marley, reencontrei Haniel. E, então "ficamos". Porém, naquela época não existia nem celular, muito menos metrô. Ele morava em Copacabana e eu na Tijuca. Eu repetente, não podia repetir novamente. E, lá estava eu em recuperação em Matemática novamente. Não conseguia encontrar Haniel. Sem poder dirigir por sermos de menor idade, morando duas horas de ônibus um do outro, com dinheiro de mesada e eu ainda em recuperação no colégio, ficava inviável de nos vermos. De tempos em tempos o destino fazia com qe nos esbarrássemos. Ainda assim,não voltamos a namorar. Ele deve ter ficado que nem gato escaldado ...
Fiquei sem namorar durante anos. Até que em mil novecentos e noventa e nove, no aniversário de vinte anos da Atena, a campainha tocou era os amigos dela,André e Rod. Rod, era bastante alto, um metro e noventa de pura beleza e jocosidade.Fiquei apaixonada. enquanto a festa rolava, eu paquerava Rod, ele era muito engraçado e divertido. Eu ri e me diverti a beça.Horas se passaram, chegou a hora do "parabéns para você! e, como todo ritual de aniversário, após o "parabéns", as pessoas vão indo pouco a pouco. E, assim, Rod se despediu e eu perguntei seu telefone, ele falou uma bobagem que pensando agora soa como uma grosseria em forma de brincadeira ... Eu sabia que havia chance de revê-lo na terça-feira na quadra do Salgueiro, na rua Silva Teles, no Andaraí, há quinze minutos de caminhada da minha casa. Então, terça chegou e, lá fui eu para o Salgueiro com meu vizinho que sempre me levava e trazia para casa. Chegando ao meu destino, logo deparei com um metro e noventa de imensa lindeza. Fui falar com Rod e, ele sorriu, a noite tava perfeita, lua cheia e amarela, céu bem estrelado e ao fundo tocava Soweto, Farol das estrelas. Ele me pegou para dançar com tom de brincadeira. Depois, me rodopiou e eu falei que passava mal quando me rodapiavam e ele pediu desculpas. Falei que ele não tinha como saber. Conversamos um pouco e logo veio o primeiro beijo. Maravilhoso! Passamos a nos ver todos os dias. Eu estava de férias da faculdade. Eu cursava Psicologia e ele, Propaganda e Marketing. Se não me engano ele trabalhava como estoquista dos produtos da Unilever. Quando voltei às aulas, eu o encontrava nos supermercados perto da faculdade. Enquanto ele arrumava as prateleiras com os produtos da Unilever, eu conversava com ele. Os dias foram passando, eu fui me envolvendo, acabei me apaixonando. Até que houve uma oportuniddade de ir para a Amazônia visitar meus tios que haviam se mudado de Brasília para lá. E, então, fui eu e minhas irmãs para Amazônia. Eu fiquei uma semana lá. Quando voltei, Rod falou que sentira saudades e me pediu em namoro. Eu fiquei tão feliz. porque até então, só "ficávamos".Nosso namoro foi muito divertido, alegre e cheio de carinho e dengos. Rod, era tão engraçado e repetindo, era muito mas muito divertido. Um dia, estávamos na cama e, após "fazermos amor', eu disse que o amava e, ele com a cara mais limpa falou que sabia. Nossa, fiquei furiosa e chorando de raiva fui pro banheiro e tranquei a porta e sentei no chão. Só que a porta do banheiro tinha como abrir por fora e assim ele o fez. ele abriu a porta e falou que me adorava, para eu parar de chorar. Namoramos por dois meses, por ai. Mas, como ele não me amava, ele terminou comigo. Foi um término muito ridículo. Porque ele falou que eu era mulher para casar, mas não com ele. Porque se não ele faria o mesmo que o pai dele fez com sua mãe, ia me trair ... Fala sério, que ridículo!Simplesmente ridículo. Não consigo pensar em outra palavra a não ser ridículo!!!!! Enquanto ele falava asneiras como essa, eu me segurava para não chorar, não por amor próprio, que eu ainda não tinha, mas por orgulho. Foi aí então, que eu entrei em depressão. Depois disso, nunca mais namorei. Sai com um ou outro. Não obstante, não me envolvia com ninguém. Eu simplesmente estava deprimida demais para conseguir me envovler com quem quer que fosse. O tempo passou. Nove anos depois.
Eu já me encontrava com vinte e nove anos, me formara em Psicologia, me apaixonei e desapaixonei várias vezes. Nada muito sério. Sozinha eu não ficava, só não levava ninguém a sério. Meu coração ainda batia por Haniel. Resolvi fazer Letras, foi quando conheci o André. eu me interessei por ele, porque era bastante inteligente e muito culto, era doce e divertido.
Mas, como ele era extremanete tímido, eu primeiro fiquei amiga dele e aos poucos fui me aproximando e, até fazer parte do Grêmio esudantil eu fiz parte só porque ele era. Enfim, em um dia super quente, quase desfalecendo na casa dele, fui para cozinha beber água, foi ai que André chegou, e me beijou. Alguns meses depois começamos a namorar. Foi na verdade nada romântico. Estávamos no shopping, eu falei que um garoto tinha me chamado para sair e como não éramos namorados, que eu ia sair com ele. Foi ai que ele falou que eu não podia sair com o cara porque eu era namorada dele. Enfim, começamos a namorar desta forma infantil. Namoramos por oito meses. Era muito enriquecedor intelectualmente falando. No entanto, como ele era muito imaturo, e inexperiente, eu era a primeira namorada dele, ele já tinha vinte e dois anos e, só "ficara" com algumas garotas na vida, ele não aguentou a pressão de ter um relacionamento sério! E, logo eu fui ser sua primeira namorada e, logo fui ser seu primeiro amor. Inacreditável, mas fui. Enfim, como eu estava dizendo, ele por ser muito inexperiente, terminou comigo porque estavam pressioando-o a termos um compromisso, a termos uma relação mais séria, afinal estávamos há oito meses juntos, esse era o pensamento dele e de seus amigos ... E, ele como era muito imaturo nas questões do amor, se sentiu pressionado e não aguentando a pressão quis temrinar. Só que poucos dias depois do término, ele me procurou querendo voltar a "ficar" comigo. Não queria voltar a namorar porque não estava pronto para ter um relacionamento sério. Eu aceitei a voltar a "ficarmos" porque não tinha conhecido ninguém que tivesse me interesssado. Todavia, eu falei para ele que se eu conhecesse alguém interessante que eu ia "ficar" com essa pessoa, já que não éramos mais namorados. Ele falou que iria correr esse risco. Continuei indo aos shows dele. Ele era baixista de um trio de jazz.
Até que em uma noite, fui ao show dele, nós ainda saíamos, mas não como namorados, apenas como "ficantes", na época "crush", era chamado de "ficante". Eu e Paty, minha amiga e namorada do guitarrista, ficávamos juntas conversando enquanto rolava o show de jazz. Dias depois, Paty veio me falar que o trio agora tinha um novo membro, um trompetista chamado Anael e, que eu poderia namora-lo e continuar frequentando os shows, já que o baixista havia terminado comigo. Dias depois teve outro show. Quando chegou na hora do intervalo, eu queria dar zoom ou fazer algo com a minha câmera fotográfica, naquela época os celulares não eram bons para tirar fotos. Daí, sai perguntando para as pessoas se sabiam mexer na máquina fotográfica. Até que cheguei em Anael. Ele, como as outras pessoas, também não sabia mexer na câmera fotográfica. O intervalo acabou e voltamos cada um para o seu lugar. Eu para platéia e Anael para o palco. Uma semana se passou, eu estava na casa da Paty quando ela me falou que Anael perguntara pelo meu número de celular e, que em breve ele iria me ligar.
Eu pensei que fosse para falar de me dar aulas de trompete, ela categoriamente afirmou que ele ia me ligar para me chamar para sair. Dito e feito. Eu estava na aula de fonologia do curso de treinamento de professores de inglês, quando meu celular me surprendeu ao tocar. Era Anael.ele queria ir ao cinema comigo. Eu aceitei. Então, ficou marcado sexta-feira treze de Novembro de dois mil e nove, às seis horas (se não me engano). Finalmente sexta-feira chegou. Sempre amei sexta-feira treze. Eu estava tão ansiosa que cheguei uma hora antes. Eu não conhecia o cinema, então, fui explora-lo. Descobri que dentro dele havia uma livraria muito bonita e diferente.
Passei a hora que faltava foleando livros. Até que chegou seis horas. E, pontualmente Anael chegou. A primeira coisa que notei nele, foi que ele andava com confiança. fomos escolher o filme que íamos assistir. Ele perguntou qual eu queria ver. Eu disse que queria assisitir Coco antes de Chanel, a história da estilista francesa, Coco Channel. Não obstante, perguntei à Anael qual filme ele queria assistir. E.ele disse que veríamos o que escolhi. Durante o filme, ele tentou me beijar e eu virei o rosto, fazendo com que ele beijasse minha bochecha. Ao sentir aqueles lábios sedosos, eu fiquei com vontade de beija-lo. Entretanto, eu fiquei dividida, pois havia combinado comigo mesma que não o beijaria no primeiro encontro. Todavia, eu não pude me conter e o beijei. Nossa, que beijo! Foi delicioso, doce e ao mesmo tempo ardente. Foi nesse momento que me apaixonei. Nos encontrávamos todos os dias. Eu estava há dois anos formada em Psicologia e, estava sem saber o que fazer da vida. Até que um dia na casa da minha tia Vitória, ela me perguntou porque eu não fazia Pedagogia, já que me dava tão bem com crianças. Deu exemplo da minha relação com meu primo, seu filho Olavo. Eu me dava super bem com ele, ele tinha quatro anos. Adorava brincar com ele. Era de fato muito fácil estar com crianças, eu realmente me dava muito bem com elas. então, resolvi fazer Pedagogia. Minha mãe quis que eu fizesse numa faculdade, mas eu a convenci a fazer em outra, que era muito conceituada pelo Mec, bem mais perto de casa e muito mais barata. Esssa faculdade por força do destino fica na rua de Anael.
Anael foi me conquistando dia a dia com sua doçura, beleza, romantismo e intelgência. Seu charme e meiguice eram inrresistiveis. Uma semana depois, no dia vinte de Novembro estávamos andando e do nada ele parou, pediu que eu me virasse de costas, eu me virei e ele tirou uma linda rosa da sua mochila e me pediu em namoro. Foi uma das coisas mais românticas que alguém já fizera por mim! De vez em quando Anael me dava uma rosa vermelha. Sempre que eu estava na nossa casa, (afinal, eu me sentia mais em casa na casa dele do que na minha) ele trazia pão quentinho com maneteiga e meu café, que de tão fraco chamam de "chafé", Então, todos os dias que eu dormia na "nossa" casa, ele trazia meu café na cama. Ele me adorava, me mimava muito, me tratava como uma deusa. Fomos praticamente casados. Eu ficava mais na casa dele do que na minha. Ficava quatro dias na casa dele e três na minha. Ia quinta depois do estágio e voltava segunda a noite. Depois os estágios acabaram, ele parou de ir nas aulas de trompete aos sábados, mas manteve as aulas semanais com seu professor trompestista. Aos poucos fui perdendo a admiração por ele, fazer amor não mais me satisfazia. Porém, eu ainda o amava e estava deprimida e tinha picos de euforia, como boa Bipolar que eu sou. Ah, sim, além do diagnóstico de Transtorno de Personalidade Borderline, também tenho Transtorno de Humor Bipolar. E, foi nesse momento frágil que o passado resolveu voltar a me rondar. E, cai na armadilha, não resisti as investidas de alguém que já fora apaixonadinha e no seu carro nos demos uns "amassos".
Ele mandava mensagens safadas, do jeito que tentava fazer em vão com Anael, sempre romântico demais ... Como me arrependo ... Em um dia desastroso, Anael sem querer, leu a seguinte mensagem : " Eu quero você!". Obviamente que ele ficou chateado e com raiva, mas em momento algum foi grosso ou violento. Pelo contrário, sempre comedido e assertivo, brigou comigo, claro e evidente. Mas, eu com "a cara mais lavada" falei que que ia escrever "bem", " Eu quero você bem". Daí falei algo qe não devia por ser algo pessoal do embuste, mas falei que seu pai estava com câncer e que o queria bem. Enfim, foi terrível. Só sei que assim que ele descobriu essa insensatez, a atração que eu sentia pelo embuste desapareceu. Foi como se eu nunca tivesse sentido nada por ele. Até hoje não consigo me perdoar. Foi a pior coisa que aconteceu na minha vida. Senti o gosto da morte. Parecia mesmo qu eu estava morrendo. Foi a pior sensação que já tive na vida! A melhor parte de mim faleceu nessa tarde fúnebre. Eu nunca mais fui a mesma. Eu passei a falar pouco, comecei a usar só roupas escuras. Eu tinha mais roupa cinza e preta . Depois de algum tempo nessa sombra de mim mesma, percebi que meu armário estava sombrio, sem cor, só preto e cinza, uma ou outra roupa com cor alegre, mas eu só usava cinza ou preto. Dei um basta nisso! Comprei blusas rosas choque, vermelhas e azuis. Cores que sempre usei e que sempre cairam bem em mim. Enfim, acordei de um longo "coma emocional". Demorou de um a dois anos para eu perceber que estava usando só roupas escuras, percebi depois de tanto tempo que estava tão deprimida que minha vida perdera literalmente a cor ...
Já se passaram quase cinco anos e eu ainda lamento o término.
Fazem cinco anos! Cinco anos de saudade! Cinco anos de tormento! Cinco anos de remorso! Cinco anos de arrependimento!
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