quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Anazildo , o amigo por trás do ensaísta, professor, crítico literário buarqueano

(Em construção)

Anazildo

A priori, Anazildo era apenas um palestrante discursando sobre a obra poética de Chico Buarque.
Com o decorrer da palestra, de mero palestrante, tornou-se aos meus olhos, uma pessoa interessante, cuja pessoa em si tornou-se objeto de meu interesse, logo, deixara der um palestrante, para ser alguém que eu precisava conhecer de fato.

Eu, como muitos no mundo inteiro, tenho fascínio por Chico, sua obra, sua pessoa como artista, assim como o homem em si, então, nada mais natural, que me identificasse com o professor Anazildo, compartilhamos do mesmo desejo de revelar a obra, assim como o autor, desejamos re velar Chico, buscamos decifrar sua Arte.

Através desse interesse em comum, fui ao encontro de Anazildo, apresentei-me, falei que compartilhávamos do mesmo objeto de pesquisa, por assim dizer, Chico e sua obra artística, nossa busca por decifrar suas letras de música, decodificar Chico.

Aposteriori, quando autografava seus livros, ao enfrentar uma fila de mulheres "suspirantes" e homens fascinados com a palestra, chegou minha vez de suspirar, e ter a aprazível experiência de quando se conhece uma pessoa incomum. Desta breve apresentação, cresceu tímida e vagarosamente uma bela e genuína amizade. Com o decorrer de algumas semanas, consegui o email deste nobre amigo.

Nesse intérim, estabeleceu-se um mútuo carinho e desejo por nos conhecer mais. Se não falha minha memória, caso não esteja enganada foi o próprio Chico* quem falou algo no sentido de que há uma certa magia, um encantamento quando duas pessoas (ou foram almas?) se encontram e se entre olham, tornando o instante um acontecimento onde indivíduos não só estabelecem uma conexão, criam um vínculo emocional, assim como, ocorre na troca do olhar e das palavras, algo como um reencontro anímico. Acho que foi algo do tipo, quando nos identificamos com alguém, quando há aquele feeling de conexão transmutacional, sabe, aquela troca de energia, ao nos conscientizarmos que estamos diante de uma alma gêmea...

Lamento, não conseguir lembrar as palavras do poeta, do nosso amado músico, deste bom malandro, e ser humano incrível ...Não obstante, Chico, pelo que eu creio ter entendido, quis dizer que quando duas pessoas cativam** uma a outra, esta experiência eleva-se, e enleva ambas as pessoas ao estado sublime de apaixonamento, contudo não o apaixonanmento de Eros, erótico, mas sim, ao apaioxonamento extraordinário que é o fenômeno do genuíno amor filia***, amor fraternal,amor entre amigos.




* Notas de rodapé:
Me refiro ao Chico Buarque, como Chico, pois cresci ouvindo sua enaltecedora magia musical, logo, sinto-me ilusioriamente, íntima deste deus)

** Cativam, como no livro do "Pequeno Prícipe" ; " torna-se responsável por aquilo que cativas"

***Filia é o amor de amizade. É o amor que não monopoliza, não escraviza, não cria dependentes. É o amor que vive a alegria de se comunicar com alguém do jeito que a pessoa é. Esse amor culmina na disposição de expor a vida em benefício do outro

QUEM CANTA COMIGO
O SOCIAL NA POESIA DE CHICO BUARQUE
ANAZILDO VASCONCELOS DA SILVA

Páginas: 160
Peso: 0,23
ISBN: 9788576171850
R$ 35,00


Anazildo Vasconcelos da Silva é professor, crítico literário e semiólogo. Conhecido dentro e fora do Brasil, é um pioneiro no estudo da poesia de Chico Buarque e na projeção da MPB ao âmbito dos estudos literários. Publicou, em 1974, o primeiro ensaio sobre a obra do então jovem artista, A poética de Chico Buarque, que teve uma segunda edição, em 1980, com título de A poética e a nova poética de Chico Buarque. O artista-objeto da análise compareceu a ambos os lançamentos.
Durante as três décadas que se seguiram, Anazildo Silva continuou desenvolvendo estudos críticos sobre a obra de Chico Buarque, levando ao público seus resultados por meio de palestras, cursos, exposições em congressos e artigos em livros e revistas (publicados no Brasil e no exterior). Nesse período, Chico Buarque e sua produção poética ganharam cada vez mais relevância e, paralelamente, um mundo de abordagens e interpretações diversos.
Neste novo livro, englobando o conjunto da produção lírica de Chico Buarque até 2006, o pesquisador faz de sua reflexão inicial o suporte para investigar as representações do social na lírica buarqueana, num enfoque que prioriza, reconhece e individualiza as múltiplas vozes do coro lírico – que é, segundo ele, o artifício com o qual o poeta se faz o arauto de toda a sociedade. Ao mesmo tempo, Anazildo Silva insere poesia de Chico Buarque, mediante a reflexão teórica e a análise dos procedimentos poéticos, trajetória da Lírica Brasileira.
Quem canta comigo surpreende pela qualidade ensaística do texto e pela originalidade da reflexão crítica, sim – mas isso já era esperado do autor. O que não era esperado, e é igualmente surpreendente, é que Anazildo Silva conseguisse reproduzir no seu texto crítico – com a elucidação da intencionalidade criativa no passo a passo da magnífica construção poética da lírica buarqueana – o intraduzível fascínio que a poesia de Chico Buarque exerce sobre o ouvinte/leitor.

http://www.garamond.com.br/produtos_descricao.asp?lang=pt_BR&codigo_produto=407

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